sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Corrente por E-mail

Uma Pequena contribuição em dias decisivos

Primeiramente peço desculpas pelo incômodo que causam e-mails como o que estou enviando, pessoalmente não costumo repassá-los e alguns, sequer leio. Entenderei se fizerem o mesmo. No entanto, boto fé que as pessoas, que possuo o privilégio de conhecer pessoalmente, possam anuir minhas sinceras intenções de não fazer com que vocês percam o seu precioso tempo. Só solicito atenção ao fato de estarmos atravessando uma séria crise no cenário político nacional. E seria muita estupidez de nossa parte acreditar que este é um assunto sem importância, pois ela é vital em nossas vidas. Nós vivemos em um país repleto de riquezas que devem ser divididas igualmente entre nós brasileiros e é função do governo fazer isso. Por isso te pergunto: A sua vida está tão boa, quanto à dos homens que estão ou estiveram no poder??? Os políticos devem ser homens capazes de apresentar soluções que visem o bem estar comum, e não o deles próprios. Por isso, é importante pensar bem antes de votar. Creio já ser um bom começo refletir sobre o que diz o texto à baixo. E se julgar importante que a idéia se agigante, repasse este a seus contatos.

Todos os dias, recebo ao menos um email com informações sobre candidatos, são alertas, protestos, enfim, muitos tipos de manifestações e conscientização política, legal, mas e daí?! O que nós que editamos, enviamos e encaminhamos esses email's, realmente queremos com isso? O que realmente estamos dispostos a fazer? Creio que ficar sentada e clicar em enviar, não seja o suficiente. Por isso convido a todos que tiverem acesso a este texto e que concorde com essa onda de atuação, que, por favor, seja mais participativo, mais atuante e que cobre os resultados esperados e as promessas feitas. Assistimos de nossas casas confortáveis, os humoristas questionando nossos atuais governantes, rimos até, mas não é engaçado que analfabetos funcionais queiram e possam legislar, não é engraçado que nós aceitemos passivamente aquilo que fazem conosco. Nesta semana, vamos às urnas atuar, mas meu convite não está ligado somente a este evento, mas sim aos eventos que se darão nos próximos quatro anos. Meu convite é para que nossos protestos saiam das abas de nossa tela de computador e passem para as câmaras, para os gabinetes, para as ruas se preciso. Convido-os a botar o bloco na rua durante todos os mandatos, e asseguro que podemos sim, fazer parte de algo melhor. Ah! E se você leu e entendeu, e quer manifestar-se, não tenha medo, pode contar comigo nas demais esferas. (Por: Andressa Copelli)

Agradeço a todos por seu tempo!

Rogério Mansera

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Eleições 2010

Horário Eleitoral Gratuito

Eu sou um confesso telespectador assíduo do Horário Eleitoral Gratuito, fico ansioso em época de eleição para que ele logo comesse. Também pudera, o espaço reservado à publicidade dos candidatos tem uma importância tão grande em nossas vidas que deveria ser tratado como um direito e não como uma imposição, deveria ter a mesma audiência que os programas dominicais. Só que a grande maioria dos eleitores comparam o horário a uma tortura, um entrevero que os fazem desligar a televisão, que é tão importante as suas vidas. Tem também aqueles que usam o programa para dar boas risadas, admito ser muito engraçado pela completa inaptidão e falta de noção de alguns candidatos. Uns poucos o assistem no afã de escolher alguém em quem votar pelos motivos mais variados. Eu, já vejo o Horário Eleitoral como um indicador dos problemas que afligem ao todo da sociedade. Um termômetro das necessidades prementes de cada camada social. O grande problema é que a camada mais numerosa vem a ser justamente a de menor capacidade intelectual, aqueles que por precisar mais do que ninguém da ajuda do governo para existir de maneira digna, pagam por sua desventura tendo suas mentes controladas. Vivendo na treva da ignorância para que aqueles que se aproveitam das desgraças possam perpetuar as mazelas tão necessárias em época de eleição. Por assistir ao Horário Eleitoral Gratuito, posso dizer com horror que o problema educacional desse país atingiu níveis alarmantes. Pena que os que nunca assistem o horário não consigam enxergar as coisas por esse prisma. E por isso o “todo” inteiro acaba pagando pela decisão de uma maioria cega.

Veja o exemplo das eleições no Rio de Janeiro, onde a tendência do discurso é a criação de escolas técnicas. Tem até uma candidata que proferiu a estúpida frase de que “nosso pais precisa mais de técnicos do que de doutores”, ou algo bem parecido. Pensar nisso é admitir a idéia de que nos basta apenas ter comida na mesa, aos pobres cabe o conforto do emprego. O camarada é privado do sonho de mudar sua condição de vida por seu próprio esforço, é como dizer a alguém: -É até aí que você pode chegar; e esse, ainda ter de agradecer isso ao governo. O descaso com a educação tem também por reflexo o teatro em que a política se transformou, um espetáculo risível encenado por atores cada vez menos talentosos e por isso tão nocivos à população. Nessa campanha temos jogadores de futebol, ex-BBBs, atores profissionais e até “mulher fruta!” A política virou um grande cabide de empregos; vai chegar um dia em que os partidos políticos elegerão gente do calibre da Ivete Sangalo ou do Gugu para a presidência da república por sua popularidade e não por sua competência. Afinal de contas não estamos longe disso, pois já somos governados por um homem cujo renome, supera de longe a aptidão necessária ao cargo que exerce em grau importância para população. E graças aos índices, todos agora querem posar de amigo do Presidente. Por isso mesmo é tão forte aqui a idéia da importância da união dos executivos. O Presidente tem que ser amiguinho do prefeito e do governador para que os recursos para as melhorias sejam garantidos o que deveria ser um direito constitucional. Vale ressaltar que essa amizade aqui já existe e não impediu que os royalties do petróleo nos fossem retirados de forma tão covarde.

O estado do Rio, que enfrenta grandes problemas com a violência gerada pela lacuna no sistema educacional, ficou em penúltimo lugar nos índices de desenvolvimento da qualidade da educação divulgado pelo MEC, acima apenas do Piauí. E tem como favorito a re-eleição justamente o responsável por essa tragédia, o que não deixa de ser uma grande ironia, pois o povo não tem a consciência da gravidade do problema. O governador estado usa seu programa eleitoral para vangloria-se dos feitos realizados na educação: Distribuição gratuita de computadores, climatização das salas de aula, contratação de profissionais e o maior aumento salarial em décadas. Só que na verdade um professor do ensino médio recebe um pouco mais que um salário mínimo, uma das piores remunerações do país; em nosso estado o mestre ganha menos que um porteiro ou até mesmo que um gari, os próprios cabos eleitorais do atual governador são bem melhor remunerados do que um professor. As salas de aula continuam quentes porque os aparelhos de ar condicionado (alugados por uma fortuna mensal) não podem ser instalados por faltar obras de melhoria na infra-estrutura dos prédios. Há falta de profissionais no administrativo e na parte pedagógica, os diretores continuam sendo nomeados por indicação política e pouco entendem da função.

O povo continua acreditando na propaganda sem sequer certificar-se do que ocorre, de fato, nas escolas do estado. Enquanto isso nós sofremos com a violência (nossa “seca do nordeste” por utilidade), problemas na saúde e saneamento básico, temos um sistema de transporte ineficiente e caro. O meio ambiente se degrada a cada dia e não há programas para o fortalecimento do interior. Nosso estado naufraga pela inaptidão intelectual de seu povo enquanto uma meia dúzia de pessoas engrossa suas fortunas as custas do dinheiro dos impostos. A educação é uma grande área de interesse, pois quanto pior está, melhor aos governantes que mais facilmente controlam a população, incapacitando-a de formular juízo de valor sobre o que realmente deve ser feito em prol de seu bem estar. O Horário Eleitoral por si não é de tanta valia, ao menos para quem tenta manter-se informado para melhor comparar os candidatos e, sobretudo identificar o que é mentira do que é realmente uma solução ou feito. E assim a televisão se torna tão vital àqueles que preferem sonhar com a vida dos personagens da novela ou das celebridades instantâneas ou não, nenhuma notabilizada por sua capacidade intelectual ou por feitos que beneficiaram a nação.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A que ponto nós chegamos!

Campanha Política

-Afinal de contas somos nós, os cariocas, herdeiros da cultura deixada por nossos colonizadores, “os caras” que deveriam estar definindo o futuro desse país. Pois assim faz mais sentido.

Nosso problema é que somos folgados, indolentes e não estamos nem aí para o resto do país. Pra gente está tudo lindo apesar de não estar...

A verdade é que a coisa está feia para todo mundo!

Veja a que ponto chegamos:

José Serra, político genuinamente paulista, candidato à presidência da república; pelo mesmo partido que quando no poder, tratou de sucatear as nossas empresas pra vender por ninharia aos investidores estrangeiros... Nada fizeram pelos pobres, apenas para a classe média (mas nem tanto) e, sobretudo aos mais ricos. É a velha política do café com leite... Na próxima, tentam o Aécio Neves...

Pois bem, o candidato tucano inicia sua campanha televisiva falando que a Educação no país precisa mudar (-O que me parece tão óbvio...) e em termos óbvios seria ele o “cara” certo para fazer isso... Se não era ele o mesmo governador que ha pouco tempo atrás sentou o cassete nos professores, servidores do estado que governava. Não sei se é mesmo possível acreditar nele ou em alguém mais de seu partido... Só o paulista acredita!

E para falar a verdade. -Eita povo burro! Eles são tratados como gado, e aceitam os mais ridículos engodos; eles promovem aberrações como o Gugu!

O paulista acredita ser nova-iorquino, por acreditar ser São Paulo Capital a Nova Iorque brasileira. Veja se isso está certo, pressupondo que a valorização de nossa cultura é a solução óbvia para nosso país crescer; e eles que nem produzem cultura própria... E os paulistas conseguem ainda eleger o Paulo Maluf.

-Vejam só que absurdo! Já que o Homem é apenas procurado pela INTERPOL! Que belo exemplo de consciência política desse povo que acredita ser a décadas, o exemplo de desenvolvimento a ser seguido. -E o Brasil, ainda segue...

Pois veja o exemplo do PT, da mineira Dilma Rousseff, no poder. O partido que feriu o nosso apoio incondicional, nos tirando os Royelties do Petróleo; sem antes lavar suas mãos... O mesmo partido que procurou o quanto pôde dar bastante esmola para os pobres e para as outras classes; sobretudo aos banqueiros. Foram malandros por promoverem mudanças pequenas em nossa qualidade de vida, sem nunca se esquecer de ganhar o seu... Pois assim são os sindicatos, beneficiando a si próprios enquanto negociam os direitos já garantidos por lei a todos os cidadãos.

Não dá pra confiar em gente assim... -E então fica difícil ter em quem votar.

... Confesso que para presidente, meu voto será nulo em primeiro turno, partindo do princípio que dos outros candidatos nem se vale à pena comentar. A não ser da Marina, uma pessoa de caráter, que confia cegamente no que diz o Bispo Macedo. -Também é muito duro confiar em gente assim!

E mais uma vez, o que pensa São Paulo vai decidir os rumos de uma eleição presidencial; sem que possamos fazer nada... Pois nós cariocas conseguimos ignorar o que acontece no país, desde que a capital mudou-se daqui pra muito longe; por sermos tão acomodados. E por esse motivo, esquecemos que somos afetados pelas decisões tomadas pelo poder público federal. O mesmo, eleito pela maioria da nação refletida por São Paulo.

E nossa condição de vida só piorando...

Nós cariocas, “tão safos”, estamos cada vez mais alienados! Aceitamos sem reclamar gente como Benedita, César Maia e Garotinho. Fomos capazes de eleger o Bispo Crivella senador ao invés do Brizola... –A que ponto nós chegamos! Viramos frutos de uma educação medíocre ao longo desses anos.

Para essas eleições a governador, temo dizer que o Sergio Cabral deve consolidar sua vitória com base em conversa para boi dormir. Pois, como acreditar que as UPPs não são o “velho jogar o lixo para debaixo do tapete”, para mascarar um problema que vai continuar a ocorrer, logo assim que passar a Copa do Mundo; ou quem sabe, enquanto durar a olimpíada. A educação está em frangalhos, e só não vê, quem não tem filho matriculado em escola estadual ou não é professor do sistema.

Bela forma de assumir a nossa responsabilidade pelos rumos da nação... Pessoalmente, devo votar no Gabeira, por acreditar numa pessoa que tem soluções plausíveis e nada que desabone seu caráter no decorrer de sua vida pública. Eu acredito em soluções simples e inteligentes. Tenho fé que podemos produzir um modelo político digno de ser quisto pelo resto da população do Brasil.

-Afinal de contas somos nós, os cariocas, herdeiros da cultura deixada por nossos colonizadores, “os caras” que deveriam estar definindo o futuro desse país. Pois assim faz mais sentido.

Nosso problema é que somos folgados, indolentes e não estamos nem aí para o resto do país. Pra gente está tudo lindo apesar de não estar...

A verdade é que a coisa está feia para todo mundo!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Crônica especial

Não merecemos ganhar a Copa!

Enfim começa a Copa do Mundo, o mais importante torneio esportivo do planeta. Mais importante, por ser o futebol o esporte mais visto e praticado no mundo inteiro. Para se ter uma idéia, a FIFA possui mais países filiados do que a própria ONU. A África do Sul é a sede e sua maior missão é provar ao globo que uma nação africana é capaz de abrigar grandes eventos, e apesar de toda pobreza e desigualdade racial e social imposta por anos de segregação, me parece que serão bem sucedidos. Sua seleção não terá longa vida na competição, apesar de dirigida pelo técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira, por justamente o próprio futebol não ser o esporte preferencial do país (digo pela classe dominante formada por brancos).

Por aqui, todas as esperanças são depositadas no selecionado dirigido pelo Dunga, famoso no futebol por ser um cabeça de área eficiente. Contudo, desprovido da capacidade de improvisar, por certamente não ter sido dotado de muito talento para a prática do esporte, apenas de determinação. Outra coisa que nitidamente lhe falta é a inteligência técnica para o exercício da função. Sei que muitos dirão que os resultados jogam a favor do treinador, mas esses tendem a mascarar as deficiências que são determinantes em competições desse porte. Afirmo que não ganharemos essa copa por absoluta falta de méritos!

Dos 23 selecionados a grande maioria é composta por atletas completamente desconhecidos do grande público, muitos deles estão na reserva de seus clubes. Felipe Melo, foi eleito o pior jogador atuando em solo italiano e é um dos intocáveis de Dunga, assim como o reserva do Galatasaray Elano. Todas as fichas estão depositadas no talento inegável do Kaká, o problema é que esse atravessa uma fase terrível, em que alterna contusões e apresentações pífias. Salvam-se os defensores, que sozinhos não formam um time, e o talentoso Ramires, que deve estar no banco na competição. Robinho é a única estrela capaz de desequilibrar e resolver os jogos, tornando-se o mais forte motivo pra ser ter esperança em bons resultados dessa equipe. E por falar em atacantes, a referencia será Luis Fabiano, o cara que chuta para onde o nariz aponta, não teria vaga nem em meu time de botão. Sem falar na surpresa Grafite, que pode ser comparado em capacidade a nomes como Obina. Poderia citar, pelo menos, uns dez atacantes em atividade melhores que esses dois, dentre eles Neymar, Adriano e Fred.

Ou seja, jogadores medianos desarrumados em campo, sem um esquema tático claramente executado, contando com a análise e mexidas de um mentecapto. Valendo-se somente da seriedade, talento brasileiro inconteste, determinação e, sobretudo, contando com a sorte. Mas mesmo como esses ingredientes colocaria essa seleção como zebra em caso de uma milagrosa conquista do título (não devemos descartar o improvável). Meus favoritos são: Inglaterra (praticamente os anfitriões) que tem um belo time; A sempre perigosa Holanda, que figura a muito entre os semifinalistas e a Espanha, por praticar um futebol bonito e eficaz, além de possuir belos talentos individuais. Correm por fora: Itália e Alemanha, pela organização e peso da camisa e Argentina, por ter em seu elenco os mais talentosos nomes (sorte ser o Maradona. Tão inepto quanto o Dunga).

Concluindo, fica muito complicado acreditar, por sermos realistas. Mas não custa nada torcer, quem sabe no decorrer de jogos feios e truncados, um lance de sorte de qualquer jogador ou de talento puro do Robinho possa decidir partidas em nosso favor. Pois quem sabe, com resultados magros e disputas de pênalti possamos até ganhar essa copa. Tal e qual em 1994... No entanto, de qualquer maneira, a seleção cumprirá mais uma vez seu real objetivo: Tirar nosso foco dos escândalos políticos, distraindo nossa atenção em época de eleições presidenciais.

Por: Rogério Mansera

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Crônica

Pra frente Brasil!

Chegou a Copa do Mundo, hora sagrada de torcer pela seleção brasileira, que carrega o escudo de nossa federação no peito, e as cores de nossa bandeira na camisa. Chegou a hora de fazer recesso no congresso, parar as aulas nas escolas públicas, vender TV digital. Beber muita cerveja e mandar torpedos para a promoção. Quem sabe fazer um bolão e se endividar ainda mais; não depois de enfeitar a sua rua é claro.

Em tempos de caos e corrupção dominante no Brasil, basta-nos enfeitar as ruas e fazer mais uma festa, esta por orgulho de ser brasileiro. Mas pergunto: Orgulho de que afinal de contas? Se temos por opção para as eleições presidenciais Dilma ou Serra, enquanto somos presididos pelo Lula. Temos um Sarney à frente do Senado e o Dunga da Seleção brasileira de futebol.

Uma seleção, assim como outros órgãos importantes para o país, deveria por obrigação ter um técnico capacitado, no mínimo o mais vitorioso, ou o melhor em atividade; mas a CBF inventou o Dunga. E deu-lhe carta branca para fazer o que quisesse. Inclusive, convocar os melhores jogadores em atividade no momento (em sua concepção), para formar um selecionado capaz de enfrentar a qualquer um! E não é que ele fez mesmo o que achava melhor... E eu que pensava que um cara como o Dunga não fosse capaz de amarrar nem seus próprios sapatos. Quem sabe a federação não houvesse feito a coisa certa? Afinal, estamos em tempos de corrupção; Tempos, em que perder, não significa necessariamente não ganhar alguma coisa. Isso para quem faz parte da política... Que vai sendo esquecida a cada jogo da copa, assim como os desabamentos em encostas, como os mensalões, privatizações escusas, as eleições...

Mas viva a Seleção Brasileira! Vamos acreditar, que de festa em festa tudo nesse país acaba melhorando... Pena que do jeito que as coisas estão não adianta nada acreditar, pois com essa seleção de botinudos disciplinados, nem o próprio Deus daria jeito. Uma pena mesmo nós vivermos no país do quem indica, da panelinha, onde o talento sempre é relegado a segundo plano. É isso aí! Pra frente Brasil e salve a seleção!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ensaio

Fotografia

A fotografia é uma coisa que serve apenas para ser usada quando se sente saudade. Pois ela serve pra avivar a memória, de momentos em que nos deixamos fotografar. Por isso, temos o hábito em querer fotografar, apenas os bons momentos. Ou, em alguns casos, as mais importantes pessoas. Àquelas que realmente te fazem falta não as ter ao teu lado.

E te fazes tanta falta, que precisa vê-las, mesmo que estampadas em fotografia. Que é pra lembrar delas a todo tempo. Pois tens até orgulho de apresentá-las! Mesmo, que por fotografia.

Em meu caso, guardo em meus únicos porta-retratos: fotos de minha irmã e de minha sobrinha.

Pois tanto assim as amo.

Rogério Mansera

terça-feira, 13 de abril de 2010

Aos meus alunos

Sejam bem vindos a minha cabeça!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A maior das tragédias

Em momentos de tragédia, fica mais simples entender o quão nociva é ao povo a classe política vigente. Vejam por exemplo, o repasse de verbas para prevenção de enchentes feita pelo Ministério da Integração Social: O ex-ministro, baiano, Geddel Vieira de Lima, deu ao Rio de Janeiro 0,65% da verba liberada de 2004 a 2009, enquanto a Bahia recebeu 37,35% desta. Geddel é claro, deixou o ministério pra tentar ser o próximo governador baiano. Creio que todo esse repasse ao estado deve servir como um grande argumento na campanha. Só que o ex-ministro não devia contar que o Rio de Janeiro seria abatido pela tragédia dessa semana, na verdade ele não deve estar “nem aí”!

Assim, da mesma forma, são aplicadas as verbas públicas, sempre em benefício dos políticos e nunca da população. E vamos vivendo sem uma educação de qualidade, apodrecendo nas filas das emergências nos hospitais públicos, soterrados em deslizamentos, afogando-se em enchentes e reféns de narcotraficantes.

Em países civilizados, certamente um instituto meteorológico bem aparelhado, preveria o temporal e as pessoas que habitam áreas de risco poderiam ser retiradas a tempo. Assim como outras seriam impelidas a não sair de suas casas para não correrem risco. É obrigação do governo cuidar do povo, e não me venham com essa conversa de que não há verbas!

A verdade é que sempre foi muito fácil enriquecer sendo político. A corrupção é responsável direta por todas essas mortes e pela falta de assistência diária, assim como a precariedade dos serviços públicos. A corrupção é um grande negócio, e não se enganem pensando que nossos políticos são movidos pelo altruísmo, pois, caso contrário, os candidatos não investiriam tão pesadamente em suas campanhas. E como todos sabem, só se investe para obtenção de lucro.

O Presidente Lula diz que o caso do repasse de verbas é uma mentira, não passando de um “jogo político”. E enquanto eles vão “jogando”, somos abandonados a nossa própria sorte. Pagando uma pesada carga tributária para que eles e seu pares enriqueçam a olhos vistos. Corrupção hoje é um crime que não leva quase ninguém a cadeia, mas deveria ser enquadrado como hediondo, tamanho é o prejuízo que causa às pessoas. As mesmas que, desinformadas, elegem as mesmas pessoas para cuidarem de seu dinheiro.

As eleições vêm aí, com os mesmos nomes de sempre. Duro é engolir um presidente fazendo campanha descaradamente para sua inexpressiva candidata, dizendo que não faz! Ver o soturno e antipático José Serra, sendo simpático, sorrindo para tudo e todos, inclusive para os jornalísticos de humor! Se eles mentem na campanha, imagina o que farão (e fazem!) com o dinheiro público. Portanto, é bom tomar cuidado para não sermos novamente soterrados quando uma chuva cair...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Poema

O fim da solidão

Hoje tirei o dia pra não trabalhar,

Tirei-o pra mim mesmo.

Inteiro dia a vagar...

Ostentando-me a mim.

Resolvendo problemas.

Rindo de meus gracejos,

Escrevendo outros poemas.

Falando bobagens,

Pensando bobagens

Que nem se podem publicar.

Versos soltos

Em páginas de minha vida

Que por fim da solidão,

Resolvi compartilhar.

Rogério Mansera

quinta-feira, 25 de março de 2010

Documento1

Uma tola para Nívea

Se, sou eu entendedor de mim mesmo.

Não gostaria tanto assim de mim.

Assim, como você.


Dizem que as pessoas se acostumam...

Nós não! Nunca nos acostumaremos.

Mas porque acostumar?

Basta sentir ou sonhar...

-Tudo que já fazemos.


Porque ser diferente,

Se nos orgulhamos ao rir

De outros casais?

-Por não serem tão perfeitos quanto nós.


-Se ainda te lembras,

Ainda estou aqui.

Envelhecendo a teu lado.

Dando esse amor tamanho

Apenas pra lhe mostrar

Que eu, assim:

Também te amo.

E, às vezes, ainda mais.


-Uma pena que não vês...

Rogério Mansera

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ônus

Muito vi sobre muita coisa

Mas não posso me furtar de achar respostas,

Sobre tudo e mais um pouco.

Viver é condenação

Pelo pecado original.

E dele não se sai ileso.

Quando cristo dizia redimi-lo

Nos mostrou um só atalho.

Tão simples por grandioso,

E sequer adquirimos algo tão valioso...

Como conhecimento.

Pois somos muito teimosos,

Gostamos de descobrir.

Ousando desafiar

Quem assim nos condenou.

Restou-nos achar respostas,

Que nos foram proibidas.

Rastejando docemente,

Vivendo vida pós-vida.

Rogério Mansera

domingo, 14 de março de 2010

Um bom motivo para nos sensibilizar

Não é fato desconhecido que sou um ferrenho crítico do governador Sergio Cabral, sobretudo pela forma que administra a educação. Em que os professores são massacrados por baixos salários e péssimas condições de trabalho. No entanto, esse tratamento à classe não é uma novidade instituída pelo atual governo, o problema é que por ser filho de um intelectual renomado e de uma professora, ainda por todas as promessas feitas à categoria, esperávamos um grande avanço na educação do estado ou no mínimo respeito aos profissionais da área. Contudo, uma administração não pode ser julgada por uma única pasta e concordo que a política segurança pública vem rendendo bons frutos com a ação da polícia pacificadora. Todavia, Cabral deixa muito a desejar em muitas áreas, mas acerta em outras. Valendo ressaltar seu empenho com algumas questões se suma importância para o bem do estado.

E o que chama nossa atenção no momento é o projeto de lei aprovado pelo congresso, que divide entre todos os municípios da federação os royalties do petróleo; com destaque para a luta do governador em não deixar que o Rio saia lesado, pois afinal de contas, o petróleo sai de nossa costa e não seria justo conosco que tenhamos nossa receita diminuída em detrimento a quem sequer o produz. Embora o deputado Ibsen Pinheiro, autor da emenda baseie-se no artigo 20 da constituição, que diz que os recursos extraídos do mar são bens da união. Não se considera que o problema é que todo impacto ambiental é sofrido aqui, e nós precisamos fazer obras de infra-estrutura para abrigar as diversas empresas que se instalam nas regiões produtoras. O governador aponta que a perda anual do estado tramitará na casa de R$ 7,2 bilhões, o que geraria um verdadeiro caos em nossa economia.

Independentemente de quem diz que esses recursos são mal utilizados pelos políticos (o que não seria novidade), é fato que esse dinheiro pertence a nós cariocas, então devemos estar ao lado do Sergio Cabral, lutando ferrenhamente contra essa emenda. Nesta quarta-feira o governador convocou a população para uma grande manifestação pública e aconselho a todos que participem. O Rio de Janeiro merece muito respeito, afinal de contas somos a janela do país para o mundo, capital cultural do Brasil. Seremos sede da primeira olimpíada na América Latina e não podemos ser massacrados dessa forma. Espero que todos compareçam e mostrem a força que tem nosso estado.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A meus leitores

Juro que tento manter meu blog atualizado, com o mínimo intervalo de dias possível. No entanto, peço a delicadeza que perdoem meu aparente desleixo. Não o faço por querer e sim por limitações pessoais, comuns a qualquer ser humano. Aconselho portanto a todos, o uso do Google Buzz, uma boa ferramenta para quequando poste coisas novas vocês sejam infomados. Por tanto, serei muito grato!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Diabo na Portela

Quase todo mundo já ouviu falar que, quem conta um conto, aumenta um ponto. Então, não seria exagero dizer que muitas estórias que ouvimos como mais absoluta verdade, podem ter nascido da simples verdade, ou da mais absoluta mentira. Para tanto, há estudiosos das mais diversas áreas dispostos a desmistificar o que se dá como certo no imaginário popular. Então, caso se prove o contrário, vou contar uma tese de um amigo à cerca de um grande mistério que assombra a humanidade durante séculos: A existência do Diabo.

Ele disserta que, se Deus é tão poderoso e bondoso, porque permitiria a existência do Diabo? Como resposta, conta que ele não passaria de um mero funcionário com a responsabilidade de punir as almas de má conduta aqui na terra. Como um chefe de um sistema carcerário. Então o Capeta seria tão somente a “mão pesada” da justiça divina, o castigo ou simplesmente, aquele a quem devemos temer no além morte, caso tenhamos carregado algum pecado sem absolvição.

Mas, nós sem o menor conhecimento desse fato, costumamos culpar incessantemente o Diabo por todo mal feito. O tememos sem se dar contas que ele apenas cumpre ordens de um superior. E se realmente ele existe, e é um Anjo do Senhor com função tão importante na “mecânica” celestial. - Assim como, por exemplo: São Pedro, que tem por ofício guardar as chaves do céu e encaminhar as almas a seus devidos lugares. Porque ter uma reputação tão duvidosa? Porque aturar tanta impopularidade e medo? Ser tão odiado!

Talvez seja esse o motivo pra tamanha revolta e tê-lo feito se rebelar contra seu chefe. A razão para que fosse conhecido como um anjo decaído, e ter ele descido a terra e a escolhido como seu reino. Daí a criação da famosa expressão: “O inferno é aqui”.

E não é por acaso, que me deixou com a pulga atrás da orelha, uma história que ouvi do primo do cunhado de uma amiga de meu meio irmão, contada a minha tia, que tem um ex-marido que mora em Madureira e ouviu tudo de uma senhora que morava na mesma rua em que tudo aconteceu.

Conta, sem uma vírgula a mais, que no ano de 1965 mudou-se para sua rua, do bairro carioca um homem, que por seus hábitos e atitudes começou a despertar a curiosidade, e até mesmo, o medo nos moradores das cercanias.

Já quando iniciaram as obras naquele terreno baldio, bem na esquina de uma famosa encruzilhada. A mesma que abrigava os despachos feitos em noites de sexta-feira. Terreno onde eram enterrados os animais de estimação mortos do pessoal das redondezas. Onde também eram desovados os corpos dos assassinados por dores de amor, ou somente por descuido ou ódio de quem matou. Todo mundo se espantou pelo fato de alguém ter coragem de construir alguma coisa ali naquele lugar, ainda mais morar nele!

E foi muito rápido o término da obra, como também espantosa a beleza e o tamanho do imóvel. O que aumentava ainda mais a curiosidade sobre as pessoas que iriam ali morar. A mudança custou a chegar, mas quando chegou só fez crescer os rumores sobre os seus moradores. Eram móveis luxuosos, em sua maioria na cor preta com detalhes em vermelho, e também muitos objetos estranhos em ouro. E só uma semana depois finalmente chegou seus moradores, um casal. Eles eram pessoas discretas em princípio, quase não acendiam as luzes, viviam literalmente em trevas. Mas sua presença era forte.

Ele, um homem de baixa estatura, extremamente branco, cabelos loiros e compridos, ostentava um cavanhaque negro e cheio. Ela, uma mulata portentosa, como deve ser uma mulata. Seios que desafiavam a lei da gravidade e ancas enloquecedouras. E um detalhe curioso, também era loira. E tanta exuberância causava inveja em todos as mulheres do bairro. Os homens, por sua vez, invejavam o marido. E a inveja foi crescendo quando começaram as festas. Muitas eram as lindas mulheres que entravam, muitas eram as gargalhadas, gritos e gemidos. Muita bebida e fartura e música alta. Dizem alguns ter visto algumas delas correndo nuas no quintal. Mas ninguém viu nenhum homem entrar na casa. A mulata nem se importava e estava sempre com um sorriso estampado em sua boca carnuda.

Aos poucos ele começou a freqüentar o comércio. Era extremamente simpático, distribuía sorrisos por onde passava. Bom de papo agradava a todo tipo de gente. Dava gorjetas altas aos que lhe serviam e ajudava os mais pobres, sem pestanejar. Não demorou muito, se tornou popular. Mas sempre discreto sobre sua vida particular, deixando escapar somente duas coisas: Era América doente e apaixonado pela escola de samba do lugar, a Portela. E com tantos admiradores de sua personalidade e generosidade, logo foi convidado para a diretoria da escola. E foi ele mesmo que sugeriu o enredo, não por acaso, militar.

E como uma mensagem subliminar, seu enredo foi escolhido, não necessariamente assim, militar. E ele vaidoso como nunca, começou a ajudar financeiramente a escola, e começou a ser chamado de “Patrono do Carnaval”. Nunca antes a quadra da escola tinha ficado tão cheia, nunca os ensaios tinham sido tão animados. Pois bastou o carnaval chegar pra Portela arrasar na avenida e sagrar-se campeã do desfile de 1966. Mas não é que alguns vizinhos mais desconfiados atentaram para o detalhe crucial: Carnaval, a mais pagã das festas, 966. Nove ao contrário 6, então: 666. – A marca da besta! Somado a todas a estranhezas e ao dinheiro inexplicado (nunca o viram sair para trabalhar), foi fácil chegar a conclusão de que aquele homem era nada mais, nada menos de que o próprio diabo.

Desde então, começaram a hostilizá-lo. Muitas foram as orações em alto em bom som na porta de sua casa. Crucifixos atirados, água benta e até alho. E todos esqueceram que a alegria e a tristeza jogam do mesmo lado. O “Diabo” foi julgado e impiedosamente condenado. E simplesmente, como uma chuva passageira a mudança chegou. Levando tudo embora, rápida e discreta como deveria ser. A lembrança da mulata ainda passeou no imaginário dos homens por algum tempo... A Portela, sagrou-se campeã novamente, mas não no ano subseqüente, e nem frequentemente como costumava ser. Alguns diziam que ainda ouviam os risos de dentro da casa. Mas como a identidade do homem, nada se confirmou! A casa pegou fogo, anos depois acertada por um raio, conforme alguns disseram. Mas aquela altura do campeonato quase mais ninguém se lembrava do fato.

E como, quem conta um conto aumenta um ponto, fica difícil saber se existe alguma verdade, nesta nem tão simples estória, ou tudo não passa de uma grande mentira. Quem sabe um dia, algum historiador ou teólogo vai desvendar este mistério. Mas há um fato inexorável: Mesmo depois de sumido ele ainda rege o feriado, dando seus pulinhos. Enfim, o Diabo continua sendo o Patrono do Carnaval. E acredite quem quiser!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Saudosismo

Há muito tempo recebo aqueles e-mails; sempre os mesmos que te indagam lembranças do Pogobol, Genius da Estrela, Pirocópitero, Topo Gigio, entre outros. Mas sempre me soaram uma tentativa meramente saudosista, algumas me fizeram sentir vergonha de ter nascido nessa época. Sou nascido em 1973, significa que em plenos “Anos Oitenta” eu vivi toda minha juventude; muitos chamam a mesma juventude de “Perdida”... Não vejo as coisas desse modo, pois não considero ser perdido estar no centro das transições políticas, tecnológicas e de valorização a nossa cultura. Eu votei junto aos meus compatriotas pela primeira vez em um presidente. Vi morrer nosso primeiro presidente civil (em décadas) e logo após, presenciei a campanha pelas eleições diretas. Fui estudante justamente quando depusemos nosso primeiro presidente eleito, mesmo tendo sido mera massa de manobra.

Como me considerar perdido por ter escrito meus primeiros textos em uma máquina de escrever. Por ter tido uma infância liberta, em contato com terra, plantas e bichos. Acompanhei o cassete virar cd; na verdade se não fosse pelos mesmos da mesma época, as crianças de hoje não teriam em quê jogar, e ainda estaríamos utilizando produtos eletrônicos movidos a válvulas. – Somos responsáveis por grandes confortos da era moderna, por grandes avanços científicos (e continuaremos sendo). Então como considerar-nos perdidos?

Creio que gente de minha época viveu como se deve viver, pois aproveitamos as fases de nossas vidas quando estas devem ser unicamente aproveitadas. Pois nossas crianças apenas criavam brincadeiras divertidas, aprendiam em liberdade, em contato com o ambiente. Fazendo amigos, caindo e levantando meramente pra aprender. Nossos jovens reinventaram o protesto, mas dançaram e namoraram como um adolescente qualquer. Mas não pegávamos em armas e não éramos tão promíscuos quanto os dos dias de hoje, e nem tão inúteis.

Sinceramente tenho medo de realmente “perder” os de agora, criados a hambúrguer, viciados em computador e jogos violentos. Que se relacionam à distância e dificilmente se exercitam. Tenho pena da geração à frente, nossos jovens de hoje, sem respeito pelo ser humano. Se drogando em festas “have” ou fumando crack em uma rua qualquer. Não produzindo nada de alguma qualidade.

Contudo não me falta à esperança, pois cabe justamente a nós colocá-los nos eixos, direcioná-los para dar continuidade a tudo que fizemos, e para que possam reinventar, melhorar a sociedade como conhecemos. Como fora um prêmio em reconhecimento a tudo que a “juventude perdida” realizou. E assim, possamos ter uma velhice feliz e tranqüila.

Rogério Mansera

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Voltei!!!

Não sei se chamo isso de ócio criativo ou de preguiça mesmo, mas o certo é que me basta entrar de férias para não conseguir escrever uma linha sequer. Sempre a mesma coisa, só que desta vez demorou um pouco para o cérebro voltar ao ritmo habitual. Vou atribuir à péssima qualidade do aproveitamento do meu tempo, gasto essencialmente na resolução de problemas, em consumo de álcool (subterfúgio usado no afã de amenizar os mesmos problemas) e em ver televisão. Nada muito diferente da vida da maioria das pessoas, ainda bombardeadas por música de péssima qualidade como o funk e o sertanejo. Ou seja, as pessoas são essencialmente também o que consomem, e a mídia nos fornece sempre o que há de pior. Tudo muito simples de se digerir, nada que nos ofereça desafio.

Para tanto vamos sorrindo das piadas óbvias, pois para as outras precisamos minimamente de algum conhecimento de atualidades, especialmente sobre os da política (tão chata e desnecessária na estúpida opinião da massa). Nos interessamos pela vida das celebridades bem mais do que planejamos algo para melhorar as nossas próprias, talvez por planejar dar tanto trabalho. Dançamos conforme o ritmo sem se quer ouvir o que é dito, já que o importante é nos divertir mesmo! Gastamos horas de leitura no Twiter, talvez porque ali tenha apenas notas curtas e um livro pode ser muito chato, e além do mais novelas são muito mais dinâmicas e são uma expressão fiel da vida que gostaríamos de ter... Utilizamos boa parte de nosso tempo útil atualizando nossa página do Orkut, pois nossos amigos verdadeiros (cerca de 350, a maioria que nem conhecemos pessoalmente), precisam estar a par com o que tem nos acontecido, e de mais a mais dar um telefonema às pessoas que verdadeiramente nos ama poder sair muito caro, já que a tarifa anda astronômica.

Percebo enfim que a morte temporária de minha criatividade deve-se a um mês e meio de uma vida absolutamente normal, tal como a de qualquer outra pessoa... Nosso cérebro, assim como qualquer outra parte de nosso corpo, precisa de estímulo para se desenvolver. Os músculos, se não exercitados atrofiam, por exemplo. E assim, vamos gradativamente sendo emburrecidos pelas redes de relacionamento, pela péssima programação da T.V., pelos modismos musicais e pela impaciência por nós mesmos. Contudo, agradeço ao bom Deus ter me dado um trabalho estimulante e sobre tudo, curiosidade para tentar entender mesmo o que possa parecer de impossível compreensão. Mas infelizmente para as pessoas “normais”, ter o cérebro atrofiado não é um peso a ser considerado, pois essa é uma anomalia quase imperceptível e não tem a importância de uma simples celulite.