sexta-feira, 11 de junho de 2010

Crônica especial

Não merecemos ganhar a Copa!

Enfim começa a Copa do Mundo, o mais importante torneio esportivo do planeta. Mais importante, por ser o futebol o esporte mais visto e praticado no mundo inteiro. Para se ter uma idéia, a FIFA possui mais países filiados do que a própria ONU. A África do Sul é a sede e sua maior missão é provar ao globo que uma nação africana é capaz de abrigar grandes eventos, e apesar de toda pobreza e desigualdade racial e social imposta por anos de segregação, me parece que serão bem sucedidos. Sua seleção não terá longa vida na competição, apesar de dirigida pelo técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira, por justamente o próprio futebol não ser o esporte preferencial do país (digo pela classe dominante formada por brancos).

Por aqui, todas as esperanças são depositadas no selecionado dirigido pelo Dunga, famoso no futebol por ser um cabeça de área eficiente. Contudo, desprovido da capacidade de improvisar, por certamente não ter sido dotado de muito talento para a prática do esporte, apenas de determinação. Outra coisa que nitidamente lhe falta é a inteligência técnica para o exercício da função. Sei que muitos dirão que os resultados jogam a favor do treinador, mas esses tendem a mascarar as deficiências que são determinantes em competições desse porte. Afirmo que não ganharemos essa copa por absoluta falta de méritos!

Dos 23 selecionados a grande maioria é composta por atletas completamente desconhecidos do grande público, muitos deles estão na reserva de seus clubes. Felipe Melo, foi eleito o pior jogador atuando em solo italiano e é um dos intocáveis de Dunga, assim como o reserva do Galatasaray Elano. Todas as fichas estão depositadas no talento inegável do Kaká, o problema é que esse atravessa uma fase terrível, em que alterna contusões e apresentações pífias. Salvam-se os defensores, que sozinhos não formam um time, e o talentoso Ramires, que deve estar no banco na competição. Robinho é a única estrela capaz de desequilibrar e resolver os jogos, tornando-se o mais forte motivo pra ser ter esperança em bons resultados dessa equipe. E por falar em atacantes, a referencia será Luis Fabiano, o cara que chuta para onde o nariz aponta, não teria vaga nem em meu time de botão. Sem falar na surpresa Grafite, que pode ser comparado em capacidade a nomes como Obina. Poderia citar, pelo menos, uns dez atacantes em atividade melhores que esses dois, dentre eles Neymar, Adriano e Fred.

Ou seja, jogadores medianos desarrumados em campo, sem um esquema tático claramente executado, contando com a análise e mexidas de um mentecapto. Valendo-se somente da seriedade, talento brasileiro inconteste, determinação e, sobretudo, contando com a sorte. Mas mesmo como esses ingredientes colocaria essa seleção como zebra em caso de uma milagrosa conquista do título (não devemos descartar o improvável). Meus favoritos são: Inglaterra (praticamente os anfitriões) que tem um belo time; A sempre perigosa Holanda, que figura a muito entre os semifinalistas e a Espanha, por praticar um futebol bonito e eficaz, além de possuir belos talentos individuais. Correm por fora: Itália e Alemanha, pela organização e peso da camisa e Argentina, por ter em seu elenco os mais talentosos nomes (sorte ser o Maradona. Tão inepto quanto o Dunga).

Concluindo, fica muito complicado acreditar, por sermos realistas. Mas não custa nada torcer, quem sabe no decorrer de jogos feios e truncados, um lance de sorte de qualquer jogador ou de talento puro do Robinho possa decidir partidas em nosso favor. Pois quem sabe, com resultados magros e disputas de pênalti possamos até ganhar essa copa. Tal e qual em 1994... No entanto, de qualquer maneira, a seleção cumprirá mais uma vez seu real objetivo: Tirar nosso foco dos escândalos políticos, distraindo nossa atenção em época de eleições presidenciais.

Por: Rogério Mansera