eis o envelope!
Se bonito, não importa o conteúdo.
A carta, triste ou feliz,
Se a morte, contudo...
Só importa a capa.
Da poesia, a palavra difícil de compreender.
Da música, o ritmo e nada mais.
Nem é preciso entender,
só apreciar.
Pois a morte tem cara de coisa ruim.
A solidão me parece má.
A culpa, a dor, a raiva...
Se em belos envelopes,
para tudo, tanto faz...
E eu, tão influenciado pelas aparências...
Se tua capa me apraz,
teu invólucro me basta;
E já nem rimo mais.
Contudo, se a língua me permite,
componho trovas sem sentido;
me embebedo, me castigo.
Baixo o santo que me faz vivo;
até aqui e antes disso.
O ofício de escrever
relegado ao esquecimento,
de não continuar ideias.
Que não precisam dizer nada;
que sejam apenas belas...
Pois quase todos gostarão delas.
Rogério Mansera
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